Engessamento do pensamento. Fonte primária de crises
A enorme e profunda crise não se restringe à Dilma e ao seu
governo.
Numa sociedade líquida, imediatista e sem forma (Bauman),
pessoas e instituições desmoronam. A insatisfação surge tomando o lugar da
esperança.
Neste sentido melhor substituir o "fim da
história", pelo fim dos sonhos.
Os rumos da economia não trazem esperança e na política
derrubam-se governos na incapacidade de se elaborar um discurso, menos ainda
uma proposta.
A racionalidade se perdeu, ficou cansada, pensar não é
permitido, como nos alertava Orwell. Alternativas não são possíveis neste mundo
dicotômico, maniqueísta, e engessado.
Não há mais líderes. Os pensadores que não repetem os dogmas
são criticados, ridicularizados, e afastados dos debates.
Os partidos perdem a credibillidade, políticos desaparecem,
lideres e filósofos não são encontrados para nos resgatar a esperança e nossos
sonhos.
Como em qualquer crise, o "sistema"
preventivamente se esmera em elaborar leis draconianas para se acautelar contra
a esperada insurgência da população. As forças de repressão ser armam. Os
instrumentos de comunicação atuam jogando uns contra outros, demonizando os
insatisfeitos, os que querem mudanças.
Governos da América Latina (eterno laboratório) sendo
derrubados (como aviso ao mundo) em cascata, não lembra certa passagem da história?
Há uma exaustão do modelo.
Isso é perceptível para todos, mas escondido pela mídia que
se especializou em filtrar os acontecimentos para sorrateiramente colocar a
responsabilidade no colo dos seus adversários.
Crise com escassez de líderes favorece a derubada de
governos e o surgimento de um rosto salvador da pátria, e não há limites para
essa gente, nos diz a história.
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