quinta-feira, 17 de março de 2016

Uma questão de história

O Brasil se encontra numa daquelas fases críticas da sua democracia. Vive um momento de histeria e reacionarismo febril da classe dominante que só encontra equivalência histórica nos momentos mais turbulentos da vida nacional: no período de 1950/1954, que culminou no suicídio do Presidente Vargas; e no período de 1960 a 1964, que culminou no golpe civil-militar que depôs Jango em 1964.

Naqueles períodos da história do Brasil, o poder abrumador da mídia, e em especial da Globo em 1964, foi decisivo para o êxito das empreitadas golpistas e fascistas.

A simbiose entre mídia, poder e totalitarismo são por demais analisadas e reconhecidas em todas as partes do mundo.
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Não temos o direito de desprezar o posicionamento histórico da Rede Globo na promoção de instabilidades e golpes contra governos populares. A Globo sempre esteve no mesmo lugar: em 1964, promoveu o golpe civil-militar contra Jango e para enterrar as reformas de base; nos 21 anos da ditadura civil-militar, escondeu mortes, torturas e arbítrios do regime em troca da expansão do império televisivo; em 1984 sabotou as Diretas Já para apoiar a transição conservadora e seguir crescendo como parasita do Estado; em 1989 fraudou a eleição em favor do Collor para continuar aumentando as concessões de TV obtidas sem licitação; nos anos 1990 foi o sócio majoritário do governo do PSDB na destruição do país.
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A Globo tem lado – o lado da Globo é o do ódio, do racismo, da intolerância, da violência, do neo-fascismo. Nenhum veículo do conglomerado condenou os atentados terroristas perpetrados por setores da direita na sede da UNE, do PCdoB, do PT e do Instituto Lula; assim como não condenou, por exemplo, a invasão inaceitável da polícia do Alckmin na reunião de sindicalistas do PT em São Paulo.

Com este escolha, poderá se tornar alvo da violência e da intolerância que ela mesma infundiu nas ruas, nas famílias e na sociedade. A Rede Globo está na “origem do totalitarismo” que impera na sociedade brasileira hoje, e poderá receber, em troco, a ira daqueles que defendem a democracia e a liberdade contra o neo-fascismo.

Por Jeferson Miola, na Carta Maior

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