Por Fernando Brito
Ao amigo e a amiga, diante da guerra que se transformou a disputa política no Brasil, bem ajudaria compreender algumas expressões militares, sobre ações que antecedem o assalto a um alvo.
Neste caso, o alvo, claro, é o poder.
Na II Guerra Mundial, alemães e soviéticos desenvolveram o que ganhou o nome de “fogo de saturação”.
Um bombardeio concentrado, incessante, sem descanso, da área a ser capturada, eficaz, sobretudo, se o adversário não possui artilharia de igual calibre e alcance.
Ele desorganiza, tonteia, impede de reagrupar, transtorna os oficiais, cria um ambiente de confusão que desprepara a resistência à ofensiva que se inicia.
Antes, o avanço era acompanhado de outro método de mesmo fim, o chamado de “fogo de barragem”, que consiste na ação sincronizada entre a artilharia e a infantaria. Aquela vai disparando uma linha à frente de suas próprias tropas, produzindo a mesma desorganização e neutralização das defesas, das trincheiras onde a resistência se abriga.
O que vemos na política e na mídia que é desavergonhadamente parte dela, está claro, é uma combinação de ambas.
Parei um pouco de escrever para assistir o “Comício das Dez”, da Globonews.
É a descrição perfeita do fogo de barragem, depois de mais de um ano de fogo de saturação.
Artilharia leve, de baixo calibre, mas incessante e ensurdecedora.
Que prepara o escândalo do dia seguinte, o fogo de barragem, sob o qual a ruptura golpista da ordem avança.
Contra isso, qualquer que seja o tamanho das forças de defesa, o primeiro passo é sempre a afirmação do comando, única referência que se tem contra o medo e a desordem.
Não é preciso muito para que se entenda o que nos falta contra os que buscam assaltar o poder.
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