Dir-se-ia que a civilização moderna é incapaz de produzir uma elite
dotada simultaneamente de imaginação, de inteligência e de coragem. Em
quase todos os países se verifica uma diminuição do calibre intelectual e
moral naqueles a quem cabe a responsabilização da direção dos assuntos
políticos, econômicos e sociais. As organizações financeiras,
industriais e comerciais atingiram dimensões gigantescas. São
influenciadas não só pelas condições do país em que nasceram, mas também
pelo estado dos países vizinhos e de todo o mundo. Em todas as nações
produzem-se modificações sociais com grande rapidez. Em quase toda a
parte se põe em causa o valor do regime político.
As grandes democracias
enfrentam problemas temíveis que dizem respeito à sua própria
existência e cuja solução é urgente. E apercebemo-nos de que, apesar das
grandes esperanças que a humanidade depositou na civilização moderna,
esta civilização não foi capaz de desenvolver homens suficientemente
inteligentes e audaciosos para a dirigirem na via perigosa por que a
enveredou. Os seres humanos não cresceram tanto como as instituições
criadas pelo seu cérebro. São sobretudo a fraqueza intelectual e moral
dos chefes e a sua ignorância que põem em perigo a nossa civilização.
Alexis Carrel, in 'O Homem esse Desconhecido'
Sempre pensei sobre distância entre a prática e a ideia não só nos aspectos ideais, mas também no reas. Veja só na ciência já podemos sonhar com viagens espaciais que distorcem o tempo, mas a distância entre a teoria e ação se faz muito presente. Será que ideias assim seriam presentes aos seres humanos que ainda não estão preparados?
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