Por Mariana Nassif, no blog de Luis Nassif
Tenho a impressão de que todo critério é construído: seja por exemplo e
direcionamento da família, influência de amigos, redes de convivência e
vontade própria, dentre outros. A opinião pública, que em teoria deveria
ser pautada pela imprensa que comunica, também é fator relevante.
Daí,
uma barbaridade acontece. Daí, as pessoas compartilham e algumas delas
escrevem: "e se fosse seu filho que fosse sequestrado pra rituais de
magia negra?". Daí, a imprensa noticia o fato alertando para que a
população tenha cuidado com o que vê no Facebook, não noticiando, de
fato, que linchamento é crime e ponto. "Ah, mas a população está
revoltada, sem governo, o governo só rouba, você não percebe em que
ponto chegamos?"
Eu ia escrever algo como "sei não, humanidade,
acho que quero descer..." - mas não, não quero. O que eu quero,
profundamente e de coração, é que cada um que seja bom, fique bom e
compartilhe este bem em todas as esferas possíveis: na rotina
interpessoal, nas relações estritamente profissionais e também nas redes
sociais.
Especialmente as pessoas tão cheias de critérios, de
análises e conclusões sobre o momento "não dá mais". É, não dá mais, já
deu pra perceber. E quando não dá mais, o que é que a gente faz? A gente
mata, prende e usa a violência ou a gente faz que faz pra mudar? A
fonte de força é a mesma, a direção é que muda. E mudar leva tempo, não
tem jeito.
Isso não é ignorar a violência do mundo, ter olhar de
Pollyana ou negar os perigos e tempos de barbárie que estamos vivendo.
Tenho uma filha de 15 que vive neste mundo, e quer viver solta, sabe,
entendo como é não ter coragem de falar "ok, querida, vá de ônibus",
temendo que algo muito ruim aconteça porque alguém quer o celular dela.
Isto
é uma convocação pra que os que são pelo bom e do bem se manifestem, se
façam presentes - porque até isso, o posicionamento do bem, do amor, é
visto como "mimizice" hoje em dia. Não é mimizice: pra ser bom, é
preciso ser forte - uma força que reconhece a humanidade presente em si
mesmo (com falhas a serem melhoradas) e no outro (também com falhas a
serem melhoradas).
Se façam presentes pra que quem também é do
bem enxergue que é possível, que sempre vai ser possível, porque tem sim
muita coisa boa no mundo. Tem sim muita gente boa no mundo, gente
disposta, gente guerreira e gente do amor.
Porque eu não sou
perfeita, você não é perfeito e, como diz o ditado, ninguém é perfeito,
mas eu não gostaria de ser linchada por isso. Você gostaria?
Bóra ser do bem?
Aproveito pra inserir aqui meu primeiro dia dos #100diasdegratidao propostos pela Flavia Melissa: sou grata, bastante, por conseguir expressar o que sinto pela escrita. É minha salvação e deleite
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