O enfraquecimento do Estado e nova ordem imposta pelo capital
Do blog da Ligia Deslandes
Por Mara Rocha no Facebook
“(..).Essa revolução contínua da produção. Esse abalo constante,
essa falta de segurança, distinguem a época burguesa de todas as
precedentes.Tudo o que é sagrado é profanado,tudo o que é cristalizado
com seu cortejo e ideias veneradas, tudo o que é sólido e estável
evapora-se continuamente.” K.Marx.
Entramos numa nova fase do capitalismo, onde é necessário derrubar
todas as barreiras geográficas e enfraquecer os Estados Nacionais,
originariamente criados pela burguesia em ascensão desde os fins da
Idade média. As elites capitalistas em expansão pelo mundo, necessitam
disso.
As mesmas mãos que levantaram as grandes pilastras do moderno
Estado Nacional, são as mesmas que vão derrubá-lo agora. Aquilo que foi
erigido pelos grandes filósofos, incentivados pela burguesia em
ascensão, criaram o Estado Nacional burguês no passado, mas hoje ele
está com os seus dias contados.
Um Estado convenientemente erigido, com três poderes separados e
distintos, para que o rei ou governante não pudesse ter o poder total em
suas mãos e as elites pudessem intervir em qualquer um deles.
Com leis firmadas em uma carta magna, com justiça para resolver
conflitos, com acordos para gerar consensos. Um Estado nacional
organizado, com linhas geográficas firmemente traçadas, com uma língua
nacional para homogenizar a cultura. Com um exército nacional e uma
polícia, colocando “ordem” entre os conflitos de classe gerados pelo
capital. Tudo isso, está em via de acabar, pois lentamente sem que nos
déssemos conta, o capital internacional se introduziu via
multinacionais, de forma massiva e contundente, enfraquecendo os poderes
locais do Estado.
Um exército de adeptos se enfileiram e batem continência a esse
novo poder. Um poder global, sem fronteiras, com uma única língua, uma
só cultura, uma só religião. A democracia que até agora, serviu de
instrumento para que o capital fosse estendido por todo o globo, agora
não é mais necessária. A grande boca da mídia, apela aos governos de
todo mundo que desativem suas polícias, seus exércitos ao mesmo tempo em
que insuflam nos bastidores disputas entre o povo de toda ordem a tomar
as ruas.
Entretidos pelo reality show que toma de assalto todos os setores
da vida cotidiana, inclusive aqueles restritos a justiça, são
televisionados e com torcidas organizadas a exigir justiça, esses
escondem os reais interesses em questão, pois, as fronteiras delimitadas
pela geografia e pela política, são agora os maiores entraves para o
levantamento da viga mestra dessa nova ordem mundial, que se impõe pela
violência, seja dos povos a culpar o Estado Nacional de todas as
mazelas, seja através da orquestração de golpes mercenários.
A extinção da PM, tem um viés de mão dupla, se por um lado pode
utopicamente ser humanizada, por outro, pode atar as mãos do Estado para
liberar o espaço para as milícias fascistas. Vejam que na Ucrânia, a
primeira atitude do presidente interino, foi extinguir a tropa de
choque, agora só os fascistas do Svoboda e os neonazistas tem tropa de
choque, enquanto a população está desarmada.
A ONU dá conselho aos governos, que eles suportem as manifestações,
pois todos tem o direto de protestar, inclusive os fascistas, que os
Estados repensem o poder de força que possuem.
Longe de defender as manobras do capital, da atuação da força bruta
militar e policial, preocupa-nos o concerto de vozes vindas de um mesmo
maestro e cujo coro de vozes vão da ultra-direita à suposta
ultra-esquerda, pois não podemos entender que sendo esquerda, ela cante
no mesmo tom da direita.
Os jovens foram escolhidos para esse último trabalho essencial e
urgente da renovação do capitalismo, pois são mais maleáveis a tudo que é
novo e não possuem a experiência do passado.
Todos numa só voz, “não acredito mais em Estado”, “não acreditamos mais em nação”, “em pátria”,”em democracia e em justiça”. “Desculpem-nos o transtorno, precisamos destruir tudo o que foi construído, estamos mudando o país”.
Todos numa só voz, “não acredito mais em Estado”, “não acreditamos mais em nação”, “em pátria”,”em democracia e em justiça”. “Desculpem-nos o transtorno, precisamos destruir tudo o que foi construído, estamos mudando o país”.
O novo que quer nascer, precisa matar o velho. Presumo que veremos
pela frente ditaduras formidáveis, pois, o velho pode se vestir de novo
com máscaras atraentes para enganar e justamente para continuar
existindo.
Comentário de Assis Ribeiro:
O movimento de uma "nova ordem" vai se formando através de:
1) endurecimento das leis contra a população;
2) formação de players;
3) a dependência criada maquiavelicamente de eleições caras para propiciar a dependência dos políticos;
4) propaganda diária dos telejornais da criminalização da política;
5) a lavagem cerebral do "fim da ideologia";
6) o lobby incessante de crescer, crescer, crescer que calou a sentido de distribuir;
7) a propaganda do liberalismo como fonte de felicidade;
8) a critica ao "Estado Leviatã";
9) a formação da sociedade do medo;
10) a educação "científica", redutora, que dificulta o aprendizado como forma de refletir e de pensar.
Comentário de Assis Ribeiro:
O movimento de uma "nova ordem" vai se formando através de:
1) endurecimento das leis contra a população;
2) formação de players;
3) a dependência criada maquiavelicamente de eleições caras para propiciar a dependência dos políticos;
4) propaganda diária dos telejornais da criminalização da política;
5) a lavagem cerebral do "fim da ideologia";
6) o lobby incessante de crescer, crescer, crescer que calou a sentido de distribuir;
7) a propaganda do liberalismo como fonte de felicidade;
8) a critica ao "Estado Leviatã";
9) a formação da sociedade do medo;
10) a educação "científica", redutora, que dificulta o aprendizado como forma de refletir e de pensar.
como em uma guerra todos perdem, entre eles um sai ganhando..... a grande maioria da população formadas por pessoas pobres (em uma divisão de ricos/pobres), com amnésia seletiva (no caso da política), ignorante (nos assuntos da política), e acostumada ao pão e circo....será aquela que perderá a guerra para os interesses dos poderosos, não sabendo ela que a maioria poderia vencer, se fosse unida e com propósitos dignos.
ResponderExcluirDemocracia pode ser um Estado de espírito, ou um espírito de um Estado que se diz democrático, depende da sociedade que habita.