A aliança Marina-Eduardo muda o quadro eleitoral de 2014.
A inesperada aliança ocorrida no dia de ontem promete
mudanças no tabuleiro da política e torna mais apimentadas as expectativas dos
próximos lances das candidaturas.
A diminuição do número de candidatos à presidência da
República anima a possibilidade de uma reeleição de Dilma logo no primeiro
turno, aciona o sinal de alerta das oposições o que poderá provocar a alteração
dos candidatos no tabuleiro.
O primeiro impacto de tal aliança é o enfraquecimento da já
abalada candidatura de Aécio Neves o que reacende as esperanças de Serra para
que o PSDB, mais uma vez, consagre o seu nome como postulante à presidência da
República. Á candidatura de Aécio se mostrou fragilizada desde o seu início
quando em todas as pesquisas o seu nome ficou atrás de Dilma e de Marina.
Serra se diverte e sabe que tanto a maior fragilização do
nome de Aécio quanto a aliança Campos/Marina que desagrada ao PPS levará as
forças da direita a exigir um candidato “mais aguerrido”, além do que voltará a
ser lembrada a importância de uma candidatura do PSDB originária de São Paulo
que detém 25% do eleitorado brasileiro.
O segundo impacto é que Campos ganha com a entrada de Marina
na sua chapa presidencial um discurso mais palatável à classe média. Se antes o
seu discurso neoliberal de gestão e enxugamento da máquina pública agregava
alguns setores, estes são ampliados com o discurso “ecoliberal”, de
“desenvolvimento sustentável”, de Marina tão agradável aos ouvidos nos jovens
da classe média.
Em um mundo onde faltam ideologias claras este discurso da
chapa Campos/Marina tem a possibilidade de agregar amplos espectros da
política, tanto à esquerda, quanto à direita, passando pelo centro. Essa falta
de clareza é o que possibilita o surgimento da chamada “terceira via”, estranha
figura concebida pelo “mainstream” para capturar de volta o Estado quando este
se encontra governado por forças que inserem parte da população esquecida nos
ditames democráticos e amplo apoio da população.
É esse maquiavélico discurso da “terceira via” que
possibilita a união de esquerda e direita para tentar ganhar eleições frente à
governos de amplo apoio popular de
implantações de mais direitos e amparos sociais.
Portanto, a união de Campos/Marina forma uma forte chapa
para 2014, tanto do ponto de vista do marketing, quanto por procurar
representar a juventude num quadro de esgotamento da polarização PT/PSDB.
Mesmo com todas essas possibilidades a candidatura Dilma tem
reais chances de vitória no primeiro turno. Já era assim, conforme pesquisas
recentes, quando Marina ainda aparecia como possível candidata. O que ainda
falta para consolidar definitivamente esta tendência de vitória esmagadora é um
programa mais ousado, que enfatize mais a mudança que a continuidade.
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