quinta-feira, 11 de abril de 2013

Violência e insatisfação.

Por Assis Ribeiro

Não adianta fazer de conta de que nada está acontecendo.

A violência no mundo aumentou e é fruto do próprio modelo.

Um modelo que separou o todo em partes, individualizou, incensou a competitividade e prometeu a felicidade à todos.

A felicidade não foi entregue, a competitividade extrapolou para a eliminação de qualquer concorrência e a individualidade descambou para o egoísmo incontrolável.

O mundo tem demonstrado, em suas várias manifestações de ruas, que a insatisfação é real.

Os que tentam analisar este conjunto de movimentos tentando individualizar, cobrando bandeiras específicas, não conseguirão entender o que está acontecendo.

As artes, sobretudo a música, através dos tempos, representa bem o que ocorre na sociedade.

E o que a música tem demonstrado?

A busca do sexo e da violência, via domínio ou mesmo agressões, para a satisfação de um desejo que por óbvio representa uma catarse ao sofrimento que se tem passado. A busca da autoafirmação, o elogio ao oportunismo, a ostentação, o ode ao consumo como fonte exclusiva de sucesso e felicidade.

O que está ocorrendo está bem próximo aos da década de 60, onde reações ao sistema pipocaram em todo o mundo e com bandeiras diversas, e que tornou-se nítido que era um movimento de contracultura que propunha uma mudança de paradigmas.

Essas propostas da década de 60 foram inteligentemente assimiladas pelo sistema que soube ceder, avançar ainda que lentamente, o que refreou o retesamento da corda.

Por outro lado, dentro do conceito das cordas, ou como dizia muito antigamente o sábio Hermes em suas "Sete Leis Herméticas" que tudo está interligado, daí se chegar  à constatação de que que a falência do modelo econômico que igualmente individualiza, incensa a competitividade até os limites da eliminação da concorrência está umbilicalmente ligada à esta insatisfação das pessoas, expressa com muito mais clareza pelos jovens.

É essa individualização e competitividade como eliminação que geram a necessidade de sobrevivência, e sobrevivência na globalização e sua facilidade de troca de informações e experiências é barril de pólvora com estopim curto.

Esse modelo tornou a sociedade vazia, sem objetivos existenciais, com o seu imediatismo, a insatisfação pela transitoriedade dos produtos de consumo que se tornam ultrapassados logo após os seus lançamentos e o bombardeio do quero mais, eu posso, eu luto, eu sou.

O fato é que o mundo está mais inseguro e insatisfeito. As violências física, social e psicológica surgem em todos os países,  vimos aumentar a xenofobia, intolerância, atentados (inclusive praticado por estudantes e fora de grupos extremistas) e por aí vai. Países que emergiram e que ainda não oferecem um serviço mínimo de transporte, educação e saúde. As doenças sociais e as fobias estão atingindo cada vez mais os jovens.

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