terça-feira, 1 de janeiro de 2013

Três Princípios Fundamentais da Ética

“Ísis Sem Véu” (volume II, p. 124 na edição da Theosophy Co.), a sra. Blavatsky deu três proposições que constituem a base e o alicerce da vida teosófica:

(1) Tudo o que existe, existe devido a causas naturais.
(2) A virtude produz sua própria recompensa, e o vício e o pecado produzem sua própria punição.
(3) A situação do ser humano neste mundo é probatória.

Qualquer um que tenha o desejo de viver a vida da Alma encontrará nestas três proposições tudo o que é necessário. Sem dúvida, ele necessitará de mais conhecimento para compreender as suas implicações, mas, como um ponto de partida, e como um alicerce saudável para a vida diária, qualquer pessoa descobrirá que estas três proposições têm grande valor prático.  Como escreveu a própria sra. Blavatsky:

“Nós poderíamos acrescentar que estes três princípios dão a base universal de todas as crenças religiosas: Deus, e a imortalidade individual de cada homem ― se ele puder alcançá-la. Por mais complexas que sejam as  questões teológicas que se seguem; por mais que sejam aparentemente incompreensíveis as abstrações metafisicas que têm convulsionado a teologia de cada uma das grandes religiões da humanidade, tão logo ela foi posta em uma situação estável, o que foi dito acima é considerado a essência de todas as filosofias religiosas, com a exceção do cristianismo mais recente.  É assim em relação a Zoroastro, Pitágoras, Platão, Jesus, e mesmo em relação a Moisés, embora os ensinamentos do legislador judaico tenham sido tão piedosamente falsificados.”

Estas três proposições podem ser examinadas brevemente:

(1) Tudo o que existe, existe devido a causas naturais.

Essa afirmativa pode ser aceita com facilidade por todos, nesta era em que a ciência moderna é tão amplamente adorada, porque ela apenas amplia o axioma científico de que a lei governa todo o universo. A ciência moderna afirma que a lei e a ordem dominam por toda parte na natureza fisica ― no pó sob os nossos pés e nas estrelas sobre as nossas cabeças. A teosofia ou ciência antiga aceita este ensinamento, mas o amplia para o universo invisível.  As condições morais e mentais também são governadas pela Lei, e há um ritmo, uma harmonia e uma ordem de Justiça no reino do pensamento, da vontade e do sentimento humanos. Em outras palavras, não há milagre e tudo que ocorre é resultado da Lei  ― eterna, imutável, sempre ativa. Os  chamados milagres são apenas resultados da operação de leis naturais que ainda não são conhecidas no mundo da percepção convencional; mas tais leis eram e são conhecidas, e o seu funcionamento pode ser teoricamente compreendido e praticamente usado, assim como o cientista moderno usa a lei da gravidade, etc.

A partir desse reconhecimento de todo o universo como algo que se manifesta e existe de acordo com a Lei, os homens e as mulheres têm que admitir que o seu próprio amor e trabalho, seus próprios sentimentos e pensamentos, seus próprios relacionamentos com os outros, são também governados pela Lei.  E isso nos leva à segunda proposição:
  (2) A virtude produz sua própria recompensa, e o vício e o pecado produzem sua própria punição.

Nossa maior dificuldade,  quando passamos por sofrimento nós mesmos, ou quando vemos os sofrimentos de outros, é explicar as razões. A explicação religiosa de que os vícios, as fraquezas, as doenças e os males de todos tipos são criados por Deus é uma doutrina extremamente destituída de sentido, deprimente,  e desrespeitosa em relação ao que é sagrado. Como é absurda a idéia de um Deus todo-poderoso criando fraquezas, um Deus totalmente sábio criando ignorância,  um Deus que a tudo ama criando ódio, um Deus que sempre vive e é imortal criando doença e morte!  Nem mesmo a justiça dos  homens condena uma pessoa sem julgamento pelos crimes que cometeu, mas um Deus de justiça infinita coloca agonia nos corpos de crianças que não tiveram sequer uma oportunidade de cometer algum erro! (...)
Existe uma só explicação possível, e ela é encontrada na Lei do Carma e da Causação Ética, que está expressa pela nossa segunda proposição  ― “A virtude produz sua própria recompensa, e o vício e o pecado produzem sua própria punição”.  Esta lei ensina que cada um de nós deve pagar suas próprias dívidas; que as mãos que batem em nós são nossas próprias mãos; e que nós colhemos tudo o que nós plantamos.


Mas ainda assim, em última análise, ainda não fica claro por que estamos aqui e qual é o propósito da vida. O enigma e o quebra-cabeças da vida são resolvidos quando acrescentamos à Lei do Carma ou da Justiça a nossa terceira proposição:

(3) A situação do ser humano neste mundo é probatória.

Todos repetem  que este mundo é uma escola e que cada um de nós está aqui para aprender as lições da vida, para conhecer a si mesmo como realmente é, unido a este universo em que o bem e o mal, a luz e a escuridão, continuamente se  alternam. Será isso sempre assim no futuro? Iremos acordar apenas para ir dormir e para acordar outra vez , sempre e indefinidamente?  A resposta da teosofia é simples, auto-evidente, e verdadeira:

“Quando a lição é  aprendida, a necessidade cessa”.

Quando percebemos e compreendemos o objetivo da vida, quando todas as lições da vida são aprendidas, a Liberdade e a Iluminação da Alma são alcançadas.  A vida neste mundo é probatória ― nós estamos em teste; os prazeres nos tentam e as dores nos testam; quando as tentações são resistidas e vencidas, e os testes são enfrentados e vencidos, a Alma experimenta a bem-aventurança, Ananda, da sua própria divindade e sua própria imortalidade.

A Liberdade da Alma surge da Iluminação da Alma; portanto, nós necessitamos saber como  libertar-nos de todo tipo de escravidão, limitação e fraqueza.  A teosofia é a ciência  que nos capacita para alcançar essa iluminação e para compreender esta liberdade ― fazendo-nos ficar firmes sobre nossos próprios pés, respirar o ar da liberdade e aceitar a responsabilidade por nossos próprios atos.

Resumo de “Três Princípios Fundamentais da Ética”: http://www.filosofiaesoterica.com/ler.php?id=418#.UM2LS3f774w

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