De um lado, o conservadorismo do jovem e aguerrido opositor ACM
Neto, discípulo da figura mais emblemática da política baiana, o
ex-governador e ex-senador Antônio Carlos Magalhães (ACM); do
outro, Nelson Pelegrino, do PT, que usa a força de Lula, da presidente
Dilma e do governador Jaques Wagner na tentativa de impedir que o
carlismo se reerga com a possível conquista do DEM na prefeitura da
terceira maior capital do país
O Brasil volta a ter uma disputa política ideológica. E é em
Salvador, a primeira capital do país. A cidade é palco de segundo turno
da disputa pela prefeitura configurado por duas forças políticas
completamente opostas, de princípios contraditórios.
De um lado, o conservadorismo do jovem e aguerrido opositor ACM Neto,
discípulo da figura mais emblemática da política baiana, o
ex-governador e ex-senador Antônio Carlos Magalhães (ACM).
Neto tem consigo lideranças da direita como o ex-deputado federal e
presidente do DEM na Bahia, José Carlos Aleluia, implacável na
fiscalização das ações do governo; e o ex-prefeito tucano Antônio
Imbassahy, atualmente deputado federal com passado político considerado
incorruptível e que também foi homem forte de ACM.
Como afirmou o presidente nacional do DEM, senador José Agripino,
Salvador é prioridade para o partido na busca pelo sua revitalização. E
para dar peso à sua candidatura, ACM Neto recebeu ontem o apoio formal
do PMDB, do ex-ministro Geddel Vieira Lima.
Em suma, ACM Neto não tem receio de se posicionar como o candidato da
direita, que luta para fazer renascer o carlismo, período de duas
décadas no qual a Bahia viveu sob domínio e liderança do falecido
Antônio Carlos.
Vale aqui um parêntese para lembrar da marcante frase do governador
Jaques Wagner (PT), a de que o carlismo foi "enterrado" com o
ex-governador.
Por outro lado, a disputa tem Nelson Pelegrino, do PT. Deputado
federal por cinco mandatos e também dono de carreira política livre de
escândalos e de corrupção. Com a força do ex-presidente Lula, da
presidente Dilma e do governador Jaques Wagner, Pelegrino tenta impedir
que o carlismo se reerga com a possível conquista do DEM na prefeitura
da terceira maior capital do país.
Pelegrino não poupa a ideologia de sindicalista, de defensor dos
pobres, desde a época na qual o ex-metalúrgico Luís Inácio Lula da Silva
fazia discursos na porta das fábricas. O petista adotou exatamente este
estilo de campanha, tem sido assim nas suas caminhadas.
A intenção, contudo, não é dizer que ACM Neto não liga para os
pobres. Tal qual Nelson Pelegrino, o democrata também visita a
periferia, as invasões e todas as áreas de carência, até de miséria, da
maltratada Salvador, mãe acolhedora de gente de todo o mundo.
Mas os números das urnas no primeiro turno mostra realmente uma
cidade divida, uma cidade que, possivelmente sem consciência de boa
parte dos eleitores (os de classe social menos favorecida), se dividiu
ideologicamente.
Ricos votaram em Pelegrino e pobres preferiram Neto
Mapeamento geográfico dos votos para prefeito em Salvador revelou uma
cidade que preserva a antiga ideologia da política brasileira: ricos
votam na direita, e pobres na esquerda. Foi assim no domingo (7).
O candidato do DEM, ACM Neto, venceu Pelegrino no primeiro turno em
11 das 20 sessões eleitorais da capital baiana, todas abrangem eleitores
de classe média e classe média alta. A votação mais expressiva do neto
do ex-governador Antônio Carlos Magalhães foi na 1ª zona eleitoral, cuja
abrangência é nos bairros como Graça, Barra, Ondina, Canela e Garcia.
Nesta área, ACM Neto obteve 60,9% dos votos válidos contra 25,1% de
Pelegrino. A segunda maior votação foi registrada na 12ª zona - de
bairros como Pituba, Itaigara e Costa Azul - onde o democrata registrou
59,5% dos votos contra 24,4% do petista.
Já o petista Nelson Pelegrino, das nove sessões nas quais teve
vitória, todas estão em bairros mais populares. Seu melhor resultado foi
na 4ª zona eleitoral, que inclui bairros como Paripe, Periperi, Fazenda
Coutos e as Ilhas dos Frades e de Maré. Nesta região, o petista obteve
52,8% dos votos contra 26,6% de ACM Neto.
O segundo melhor resultado foi registrado na 15ª zona, que inclui
Itacaranha, Escada, Praia Grande. Nestes bairros, que também fazem parte
do subúrbio ferroviário, a vitória de Pelegrino foi por 48,2% contra
30,7% de Neto.
Esse é o mapa dos votos dos soteropolitanos
http://www.brasil247.com/pt/247/bahia247/82868/Elei%C3%A7%C3%A3o-ideol%C...
Uma coisa eu sei, não importa quem ganhe, os 2 partidos irão se beneficiar com alguma coisa, sempre tem os acordos, e as indicações, sempre vão fazer algumas coisas para uma parcela/ região de salvador, sempre vai agradar uma parte e ser odiado por outra....haverá mudança quando não só 1 prefeito, 1 governador, 1 presidente, etc. mas toda a gama política, for formada por ideais honestos, éticos e igualitários...até lá será sempre a mesma coisa (minha opinião)
ResponderExcluirVejo as pessoas criticando o PT, outras o Carlismo, mas a culpa da situação do Brasil, no meu ponto de vista, não é do PT, do DEM, PSDB, PSOL, etc. é dos próprios Brasileiros, onde muitos dão mais valor ao seu redor, do que a sociedade, a mesma sociedade que gosta de "burlar o sistema", a mesma sociedade corrupta, a mesma sociedade que faz do voto uma brincadeira, a mesma sociedade que aceita....Pode vim PT ou qualquer outro partido político, vai continuar sempre assim, até que um dia a sociedade dê valor a cidadania e a consciência política.
ResponderExcluirTudo bem que no PT ocorre desvio, afinal o ser humano em geral é corrompivel. Porém o psdb o dem etc roubaram muito mais antigamente, a diferença é que não havia a magnitude do acesso à informação que se tem hoje, graças afinal, a dilma que abriu um programa ao acesso à informação publica por parte da população. Mas que fique claro, que se assumir a "direita" não vai acabar os desvios de finalidade para com a adm publica, e sim aumentar.
ResponderExcluirNão se deixem alienar-se pela midia meu povo, JÁ FOI PIOR ! lucas