sábado, 25 de agosto de 2012

Infraestrutura é responsabilidade do Estado

Por Toni, no blog de Luis Nassif

A verdade é que na teoria tudo dá certo e tudo é recheado de otimismo.

Infraestrutura é responsabilidade do Estado e, mesmo que projetos tenham a participação privada, isto só pode e deve ocorrer em situações em que esta infraestrutura já dê plenas condições à população e funcione de forma no mínimo satisfatória. Não é o caso do Brasil e oxalá uma exceção prove o contrário , o que na verdade apenas evidenciará a validade da regra.

Apenas para exemplificar, um dos grandes problemas continuará sendo os custos das obras e a completa falta de uma estrutura na planificação técnica e de projetos. Uma estrada construida no Brasil depende muito mais, também tecnicamente, dos interesses das empreiteiras do que dos parâmetros independentes relacionados a correção dos projetos, estimativas corretas de custos, aprofundamento nos detalhes de execução e licitação.  Existe uma grande lacuna entre a fase de planejamento e a execução da obra e isso não se dá por nenhum segredo ou privilégio de know how, mas por ser do interesse de quem vence a licitação e do que gira em torno disso, sejam órgãos oficiais, sejam políticos, etc.  Isso não diz respeito a um partido ou governo, mas é inerente a todos, parecendo ser uma característica cultural, contudo nociva ao bem comum. 

Faltam ao planejamento projetos consistentes e detalhados.

Projetos de estradas, por exemplo, são assumidos pelas próprias empreiteiras, carecendo de detalhes, mais se assemelhando a um anteprojeto e abrindo brechas para toda sorte de aditivos, inflando custos propositalmente, embora a qualidade do serviço entregue mostre-se às vezes meses logo após a inauguração, com defeitos e deficiências.

Há ainda uma profunda simbiose entre consultorias técnicas e construtoras, sem nenhum controle do Estado, o "pagador" que confortavelmente fecha os olhos, mas não fecha os bolsos.

Em outras palavras, a deficiente qualidade e a carência da infraestrutura no Brasil tem também um motivo técnico, de qualificação, fomentado pela parceria de seus atores, pouco interessados em concorrência, qualidade e obras satisfatórias, um comportamento burro e cego, que impede o país de crescer mais o que significa o próprio crescimento de quem disso participa.

http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/infraestrutura-e-responsabilidade-do-estado

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