Por Inácio Moura.
Meu Deus! Como é engraçado!
Eu nunca tinha reparado como é curioso um laço...
Eu nunca tinha reparado como é curioso um laço...
Uma fita dando voltas.
Enrosca-se, mas não se embola,
Enrosca-se, mas não se embola,
vira, revira, circula e pronto:
Está dado o laço.
É assim que é o abraço:
coração com coração, tudo isso cercado de braço.
É assim que é o laço:
um abraço no presente, no cabelo, no vestido, em qualquer coisa onde o faço.
E quando puxo uma ponta, o que é que acontece?
Vai escorregando... devagarzinho, desmancha, desfaz o abraço. Solta o presente, o cabelo,
fica solto no vestido.
E, na fita, que curioso, não faltou nem um pedaço.
E, na fita, que curioso, não faltou nem um pedaço.
Ah! Então, é assim o amor, a amizade.
Tudo que é sentimento. Como um pedaço de fita. Enrosca, segura um pouquinho, mas pode se desfazer a qualquer hora, deixando livre as duas bandas do laço.
Por isso é que se diz: laço afetivo, laço de amizade.
E quando alguém briga então se diz: romperam-se os laços. E saem as duas partes, igual meus pedaços de fita, sem perder nenhum pedaço.
E quando alguém briga então se diz: romperam-se os laços. E saem as duas partes, igual meus pedaços de fita, sem perder nenhum pedaço.
Então o amor e a amizade são isso...
Não prendem, não escravizam, não apertam, não sufocam. Porque quando vira nó, já deixou de ser um laço.
Não prendem, não escravizam, não apertam, não sufocam. Porque quando vira nó, já deixou de ser um laço.
Mário Quintana
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