quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Ponto de Mutação

Fritjof Capra
Neste livro, Fritjof Capra, físico austríaco, defende que são necessárias mudanças rápidas nas atitudes para que se possa contornar os grandes problemas mundiais
O sucesso do desenvolvimento tecnológico era inquestionável e foi tal seu impacto na sociedade que era realmente muito difícil não se deixar fascinar pelas grandes maravilhas que estavam realmente promovendo o progresso social e, igualmente, trazendo conforto e reduzindo as distâncias entre os indivíduos e, em certo sentido, entre as nações.
Mas também trouxe, no rastro da Revolução Industrial, o início de uma era de desigualdades sociais e de crescente alienação familiar, profissional e política. 
Karl Marx e tantos outros apontaram, de modo contundente, toda a crueza de um desenvolvimento parcial mais calcado nos ganhos materiais de uma minoria do que no equilíbrio entre bens e bem-estar social. 
Mas as ideias, tão arduamente difundidas pelo positivismo e tantas outras escolas, especialmente as do Darwinismo-Social, enfatizavam de modo dramático (e parcial) a decantada vitória do Homem Ocidental (homem mesmo, pessoa do sexo masculino) sobre a Natureza (que era entendida, mesmo de forma inconsciente, como fêmea). 
Claro está que todo este desenvolvimento era financiado pelos grandes e recém-enriquecidos capitalistas, o que, de certo modo, acabava por influenciar igualmente, neste contexto, a filosofia da ciência.
Somos todos uma parte da teia imensurável e inseparável da relações, é nossa responsabilidade perceber as possibilidades do amanhã, pois antes de tudo somos os únicos responsáveis por nossas descobertas, nossas palavras, nossas ações, e os reflexos das mesmas no universo em que estamos inseridos.
Devemos entender e abrir nosso horizonte, para modelos sistêmicos, escapando do conforto dos processos, onde temos o controle, mas muitas vezes não a compreensão. Cabe dentro deste preceito teorizar sobre os sistemas vivos, onde temos o exemplo do homem que mirava uma árvore, mais do que caule, raízes, galhos e folhas, descobria vida, insetos, oxigênio, nutrientes, alimento, sombra, proteção, energia, uma síntese de integração.
O princípio para esta abertura é ver o todo, e antes de fracioná-lo entender sua conexão, interatividade, integração. Devemos ver o impacto global de nossa existência individual, nunca esquecendo que vivemos ciclos contínuos, renovação.
Um obstáculo para a expansão este pensamento é a clara e objetiva descoberta da interdependência, do fato de que mesmo sem o controle por parte de nossas ações, que nosso planeta flui em um processo vivo, se adaptando, transcendendo, progredindo, transgredindo padrões, evoluindo.
O que não vemos, o que não entendemos, necessariamente não pode ser abominado, relegado , sob pena de nossa cegueira estar baseada somente na miopia da falta de abertura para o novo.

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