sábado, 9 de julho de 2011

Minha Amada filha.

É regra na adolescência, a necessidade de se afirmar.

As crianças saem de uma fase em que seus pais, seus avós, a sociedade, por cuidado, reprimem muitas coisas com o intuito de evitar acidentes e apostando no melhor desenvolvimento dos seus entes queridos. 

Muitas vezes se dá o excesso, como por exemplo, quando as pessoas evitam conversar “coisas de adulto” junto das crianças, quando se acha que a criança não sabe das coisas e as ignoram. Ainda há aqueles que preferem ver seus filhos com as empregadas, ou avós, para se verem mais livres para “curtir” a sua vida pessoal e para também evitar o conflito entre mandar e obedecer, etc..

Nós sempre inserimos você em nossas atividades, em nosso lazer, dia após dia, sempre conversando com você qualquer assunto, respeitando a sua existência como ser e confiando no seu discernimento. Fizemos isso porque acreditamos que o ser quando nasce é completo, nasce sabendo os sentimentos, as dores, as alegrias, as tristezas, a solidariedade e muito mais. Mais é como um bichinho; precisa aprender muitas outras coisas. A criança, com seu maravilhoso saber, quer apenas viver, fazer o que quer, se divertir e isso é maravilhoso. Acontece que o ser humano quando nasce deve aprender outras lições para a sua defesa, tais como escovar os dentes para não dar cárie, tomar banho para não pegar fungos no corpo, estudar para no amanhã ter melhores condições de escolher o que, ou ,como vai querer ser e isso o saber e o conhecimento vão ajudar. Além disso, ele vai crescer e se desenvolver em uma coletividade e terá que saber as regras para a convivência que são necessárias para melhorar a relação em sociedade.

Quando se entra na adolescência o conflito já está estabelecido, a criança já está cansada de ser mandada e começa a se rebelar. É da essência, do desenvolvimento dos hormônios, etc. Mas não se pode nunca se esquecer é de que esse conflito é formado por pessoas que se amam, de um lado os pais que querem ver os seus filhos se adaptarem a vida em sociedade, crescerem sem problemas de saúde e de outro lado o jovem que quer acreditar que a liberdade é fazer o que se quer, na hora que se quer. A liberdade é algo muito maior do que isso. 

A liberdade é aprender a ter coragem de decidir a sua própria vida, o que vai querer ser, mesmo que se violem as regras ditas “corretas” pela sociedade. É querer ser lixeiro porque acredita que limpando o lixo estará ajudando o ser humano a não contrair doenças, é se dedicar com exclusividade a obras assistências sem remuneração como fez irmã Dulce, Zilda Arns e tantos outros;  é não querer ser uma alta executiva porque acha que o dinheiro não é o seu caminho para ser mais feliz quando a sociedade diz que ser feliz é isso. 

A liberdade é saber dizer não quando seu melhor amigo (a) lhe oferece com boa intenção alguma droga acreditando que ela lhe trará alivio para as suas dores e você ver que ele (a) ficou triste porque você não aceitou.

É por causa desse conflito que muitas vezes se faz um acordo. “Eu não mando, mas você faz as coisas que tem que ser feitas.” Eu não sei se esse é o caminho certo, pois na vida sempre teremos momentos que precisamos mandar e sempre teremos momentos de obedecer. Não há como viver coletivamente, basta apenas duas pessoas, sem essa equação. 

Te amamos e sempre te amaremos.
Confiamos, e continuaremos confiando em você.

O amor entre pais e filhos é o único que não se acaba, pode ter conflitos, aborrecimentos, o que for.

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