sábado, 4 de junho de 2011

Estamos sem tempo até para amar.


Por Sandra Maia
Partindo do princípio de que tempo é vida, será que conseguimos viver em meio a todo o estresse que o mundo moderno emprega? Será vida o que temos? Fico aqui me perguntando o que estamos fazendo conosco e com os outros.

Entramos e saímos de relacionamentos sem nem mesmo entender a história pessoal do outro. Suas conquistas e dificuldades, suas limitações e sonhos. Nos relacionamos com o outro e não entendemos como este se relaciona com o universo – aliás não sabemos nem como nós nos relacionamos. Não entramos no contexto, não participamos, não temos tempo – temos pressa!

Não cuidamos das nossas crianças. Não cuidamos das nossas casas, do nosso espírito, da nossa mente. Emocionalmente, não evoluímos. Somos como crianças grandes à procura de tempo, de espaço, de paz e, quem sabe, um pouco de acalento. Confundimos, então, prazer com felicidade, dor com infelicidade, amor com controle, dinheiro com realização.

Então, seja em qual dimensão vivemos, há aquela sensação de ficar na falta. Falta tempo para com nossos familiares, falta tempo no trabalho, falta tempo para o lazer, falta tempo para o desenvolvimento espiritual, falta tempo…

Pois é. Essa é a questão. O que fazemos com nosso tempo? O que fazemos conosco? Serão as regras atuais do mundo adequadas a nós ?

É… No passado, o tempo possuía outra dimensão e os papéis de um e outro eram claros. Hoje, com toda a tecnologia a nosso favor, nos perdemos em meio a tantos afazeres e vivemos aprisionados. E, apesar de antenados, conectados, atualizados, disponíveis, bonitos, interessantes etc, etc, não nos sentimos o suficiente.

Para alguns, isso é fruto da mídia, que nos impulsiona a querer sempre mais. Para mim, muito além da mídia, está o vazio que é intrínseco a cada um de nós. Um vazio quase existencial que, em algum momento, entendemos ser a saída para uma vida de mais qualidade.

Quantos vão sobrar para apagar a luz com algum resto de sanidade – bem, essa é uma outra história..

Se todo o empenho que empregamos hoje para corrigir e nos equilibrar fosse usado de forma preventiva para que pudéssemos viver numa sociedade melhor e mais justa, nosso planeta não estaria aí, agonizando.

Então, fica aqui a pergunta: qual é a sua parte? O que você pode fazer hoje, agora, a seu favor e, por consequência, àqueles que ama? O que falta para que, além dos que ama, você possa se doar também à comunidade? Qual o seu papel? Qual a sua escolha? Qual a sua história pessoal, qual a sua fé?

A vida pode ser sempre melhor quando entendemos que vivemos em sociedade e que, sim, é de nossa responsabilidade tudo que nos chega e, de alguma maneira, tudo o que está a nossa volta. Melhorar a si mesmo e conhecer-se profundamente ainda é o ponto central do caminho do meio. Mas é só o primeiro passo…

Escolhas, sempre escolhas.

Sandra Maia é autora dos livros “Eu Faço Tudo por Você – Histórias e relacionamentos co-dependentes” e “Você Está Disponível? Um caminho para o amor pleno”, ambos publicados pela editora Celebris. Escreve sua coluna sobre relacionamentos no Yahoo! e BR Press

http://www.zwelangola.com/index-lr.php?id=5646

Nenhum comentário:

Postar um comentário