sábado, 20 de julho de 2019

A incrível classe média brasileira

Incrível a classe média brasileira, que reuniu mais de quatro milhões de pessoas nas ruas, com o apoio direto ou indireto de quase todos os segmentos da sociedade para derrubar a presidenta Dilma, e se mantém inerte quanto a destruição de empresas brasileiras, desmonte das empresas públicas e mistas, a retirada de inúmeros direitos trabalhistas e previdenciários, movimento de destruição da escola pública e perseguição ao qualquer pensamento diverso, seja na academia, na política, entre jornalistas ou nas instituições.


Tudo isso só pode ser explicado:

1 - pela ignorância da classe média brasileira;

2 - manipulação das informações através dos grandes grupos de mídia;

3 - incapacidade de aglutinação da mídia alternativa e do seu poder de influenciar amplos segmentos;

4 - esgarçamento das funções básicas das entidades organizadas;

5 - descompromissado do brasileiro com os destinos do país;

6 - constatação do esfarelamento da cidadania em seu sentido mais preciso;

7 - falência do modelo representativo;

8 - perda pela população da sua capacidade de sonhar;

9 - coluio do Poder Judiciário ;

10 - negação do que conceitualmente se chamou democracia.

O apoio maciço para a derrubada de direitos, e a mansidão do país para as ações anti-democráticas de Bolsonaro  é de entrincheirar qualquer análise e reflexão sobre o tema, salvo para atribuir à Globo um poder equivalente aos deuses criadores de tudo.

O desmonte do Estado, o desleixo e desrespeito com as instituições democráticas do país,  demonstram o desaparecimento de forças coletivas populares (aliás, típica do mundo líquido de Bauman).

O que pensar de uma classe média que vê seus direitos trabalhistas e a sua aposentadoria serem jogadas na latrina e de mantém inerte, sem mobilização, sem ação?

Agora começamos a entender o que é a falta de ideologia, de pensamento, o aprisionamento ao pragmatismo que levou Fukuyama a preconizar, "o fim de história".

A população parece ter desistido do seu poder de fiscalização e controle, e de busca por uma sociedade mais justa e ética, à reboque das ordens emanadas pela rede Globo/Mercado.

Lamentavelmente, o que se percebe é um governo sem planos de desenvolvimento (crescimento com inclusão), sem projetos, sem líderes responsáveis (há a liderança imperial do mercado com seus fantoches no poder).

O Mercado e a Globo vêm estimulando nas populações um sentimento anti política e rejeição a noção de entidades públicas que pode levar á tendência de eliminação do Estado-Nação. Esta é desordem do Estado que  todos estão começando a perceber.

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