sábado, 20 de julho de 2019

Catarse e riscos

A história prova que sempre que o mundo entrou em aspiral moralista houve retrocesso nas democracias.

Os discursos apolíticos, de apelo preconceituoso e segregador, que evocam tradição, colocam em plano secundário o debate político. É quando surgem nomes identificados pela classe média como salvadores da pátria, como Bolsonaro.

Essas propagandas da anti-política provoca no inconsciente da sociedade a necessidade de catarse. É quando personagens radicais, demagógico e populistas se destacam, prometendo um mundo melhor - o lado do bem - colocando como mal todo o resto.

O clima de divisão e intolerância alimenta o surgimento de grupos que pela sedução, força, e chantagem forçam o apoio ao seu líder.

Os grupos e suas características:

1- Seguidores das redes sociais em constante prontidão de vigilância (paranóia) em "macartismo" contra "inimigos";

2 - Formação de polícias "cães de guarda" para manter a ordem (leia-se) evitar qualquer forma de questionamento;

3 - Tornar a justiça, ora omissa, ora  atuante, a depender do lado político do investigado. A justiça ora severa, ora garantista a depender dos opostos. É o que se viu na decisão de Toffoli que proibiu a investigação contra Carlos Bolsonaro e Queiroz (contrária a uma decisão anterior do colegiado do STF,) que fere normas internacionais que o país é signatário.  Tal decisão contraria o entendimento da necessidade do coaf para elucidar crimes complexos, como o da Formação de Quadrilha, Crimes de Tráfico e Crimes do Colarinho Branco";

4 - Surgimento de Milícias, agindo como instrumento paraestatal, de formato repressor e uso da violência, para emparedar todos aqueles que discordem, ou simplesmente questionem o presidente, sejam indivíduos e, até mesmo, as instituições democráticas, como o Congresso ou STF;

4 - Forçam as mídias a tomar partido em favor do governo, como vimos os episódios agressivos contra Eliane Cantanhede, Miriam Leitão, Paulo Henrique Amorim, Glenn Greenwald, entre vários outros;

5 - Criminalização de todos partidos políticos que não façam parte do apoio ao presidente. A formação de um estigma de que todos os partidos de oposição ou neutros são corruptos e protetores de criminosos;

7 - Perseguição às lideranças, sejam jornalistas, populares, estudantis, pensadores, que apresentem pensamentos alternativos;

8 - Ações para amordaçar a intelectualidade. A disseminação de uma ideia de que os intelectuais são comunistas e subversivos à ordem;

9 - Criação de conflitos internos dentro do poder (controlados) para dificultar o foco do controle externo exercido pela população e pela mídia. Neste item estão as constantes mudanças nos primeiros escalões do governo, sejam generais (que se tornaram manipulados por bolsonaro), seja um representantes do próprio mercado;

10 - A formação de um núcleo de poder pessoal/familiar, como se viu nas ações de governo exercida pelos seus três filhos.

A história também demonstra que quando esses líderes se sentem reforçados o suficiente eles passam a também agir contra seus aliados, o que Bolsonaro já vem fazendo contra o generais

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