Nelson Rodrigues, em uma crônica intitulada "os idiotas sem modéstia" crítica precisamente a proliferação de indivíduos que repetem a esmo ideias políticas, culturais etc e dispara: "o sujeito morre e mata por ideias, sentimentos, ódios que lhe foram injetados. Pensam por nós, sentem por nós, gesticulam por nós".
(...)
O indivíduo, esse fantoche moderno, não se cansa de repetir máximas televisivas, cibernéticas, sobre política, saúde e comportamento etc. O lugar comum é celebrado como um conhecimento seguro; o excesso de informação asfixia o livre pensamento - o questionamento quanto à aceitação do que é "diferente" se tornou quase uma blasfêmia; (...) - às avessas, surge do discurso de cunho higienista. O culto à técnica e às verdades científicas transformou o indivíduo, paradoxalmente, em um ignorante bem informado e devidamente graduado".
Trecho do livro "Do Bunker Provinciano Ao Fabulário Tropical", de Andrei Ribeiro Albuquerque.
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