terça-feira, 28 de abril de 2020

Instituições aprisionadas e o país na contramão da democracia

Por Assis Ribeiro

Um país na contramão da democracia

Antes de completar dois anos de governo implodido, Bolsonaro e o mercado travam uma guerra aberta. O afago do presidente em Paulo Guedes esses dias soou como o "beijo da morte". A imcubência ao general Braga Netto de administrar as verbas e os projetos destinados a mover a economia brasileira é fato real. 

É questão de tempo, depois de Mandetta e Moro, a fritura de Paulo Guedes. Onde isso vai dar, tantos conflitos internos, quanto tempo ainda o país vai aguentar o desgoverno, a falta de rumo político e de planos econômicos claros e consistentes que façam avançar a economia?

Parece que Bolsonaro sabe que com tantos desmandos não é mais capaz de causar motivos para o seu impeachment.

A série de "notitia criminis" contra Bolsonaro divulgada pelo próprio Ministro da Justiça no seu ato de despedida do governo não foi o bastante para a sociedade civil se indignar ao ponto de tornar imperativo o processo de impedimento do presidente e de, nem mesmo, provocar o afastamento do Exército das hostes bolsarianas.

Nem mesmo a aproximação do governo com o centro corrupto da política causou comoção irresistível. 

Não reverberou a mesma indignação extrema que afastou Dilma por "pedalada fiscal" a interferência do presidente para bloquear a investigação que indica trazer envolvimento dos seus filhos nas apurações da Polícia Federal e que foi o motivo alegado por Moro para o seu afastamento do cargo de Ministro da Justiça.

Tantas trocas de ministérios e de ocupantes de cargos dos primeiros escalões parecem não ter causado a impressão de desgoverno na sociedade.

Onde está a sociedade brasileira, onde foram aprisionadas as instituições democráticas?

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