Por Assis Ribeiro
Um país na contramão da democracia
Um país na contramão da democracia
Antes de completar dois anos de governo implodido, Bolsonaro e o mercado travam uma guerra aberta. O afago do presidente em Paulo Guedes esses dias soou como o "beijo da morte". A imcubência ao general Braga Netto de administrar as verbas e os projetos destinados a mover a economia brasileira é fato real.
É questão de tempo, depois de Mandetta e Moro, a fritura de Paulo Guedes. Onde isso vai dar, tantos conflitos internos, quanto tempo ainda o país vai aguentar o desgoverno, a falta de rumo político e de planos econômicos claros e consistentes que façam avançar a economia?
Parece que Bolsonaro sabe que com tantos desmandos não é mais capaz de causar motivos para o seu impeachment.
A série de "notitia criminis" contra Bolsonaro divulgada pelo próprio Ministro da Justiça no seu ato de despedida do governo não foi o bastante para a sociedade civil se indignar ao ponto de tornar imperativo o processo de impedimento do presidente e de, nem mesmo, provocar o afastamento do Exército das hostes bolsarianas.
Nem mesmo a aproximação do governo com o centro corrupto da política causou comoção irresistível.
Não reverberou a mesma indignação extrema que afastou Dilma por "pedalada fiscal" a interferência do presidente para bloquear a investigação que indica trazer envolvimento dos seus filhos nas apurações da Polícia Federal e que foi o motivo alegado por Moro para o seu afastamento do cargo de Ministro da Justiça.
Tantas trocas de ministérios e de ocupantes de cargos dos primeiros escalões parecem não ter causado a impressão de desgoverno na sociedade.
Onde está a sociedade brasileira, onde foram aprisionadas as instituições democráticas?
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