quinta-feira, 23 de abril de 2020

General Braga Netto

Por Assis Ribeiro

O Brasil acorda para o grande erro que o país cometeu por interromper o projeto PAC. São ações do chamado desenvolvimentismo; é quando o ESTADO ASSUME E BANCA PROJETOS de obras de infraestrutura para alavancar o DESENVOLVIMENTO de  um país.

O Brasil, sempre a reboque dos países desenvolvidos,  só agora resolve reconhecer o acerto do PAC e volta a praticar a política desenvolvimentista do governo Lula; é o retorno da participação ativa do Estado nos projetos de país, ao contrário do pensamento do neoliberalismo.

O Brasil, é preciso pontuar, nunca deixou de necessitar destas medidas pelos fatos de termos uma maioria da população em grave situação de pobreza, uma estrutura desorganizada de país e um desequilíbrio abissal tanto social quanto regional.

Nas reflexões necessárias neste período  devemos lembrar que o projeto desenvolvimentista de João Goulart foi impedido pela classe média brasileira que foi a rua para derrubar o seu governo; que a possibilidade da segunda candidatura à presidência de Juscelino Kubitschek foi bloqueada pela sua cassação pelos militares; o Congresso Nacional caçou Dilma para implantar as medidas neoliberais do plano "Ponte para o Futuro" de Temer. O mais desenvolvimentista dos nossos ex-presidentes foi Getúlio Vargas e conhecemos a perseguição que ele sofreu até o seu suicídio.

A história deste país nós conta, também, que os governos militares que mais tiveram sucessos foram aqueles de aplicaram as teorias desenvolvimentistas. Para se ter uma ideia, em 1966 o governo criou a SUDAM e injetou muito dinheiro para levar o desenvolvimento à região da Amazônia, assim como restruturaram a SUDENE para alavancar a economia do nordeste. Os governos militares investiram em grandes obras de infraestrutura.

Todos os países desenvolvidos usaram a política do desenvolvimentismo para criar uma grande classe média, a única receita conhecida para se tornar um país forte - formar uma nação - e garantir o nascimento de grandes empresas nacionais.

A história existe para nos informar. Este momento crítico demonstra que o pensamento pró "mercado"  é tão extremista ao ponto de ter tornado as sua ideia como a única possível para elevar o crescimento da economia aos países.

A teorias liberais se mostraram ineficazes para serem aplicadas em situações de crises, de resolver dificuldades econômicas e fazer desenvolvimento.

As receitas que os países ricos estão tomando para recuperar suas economias na pós pandemia do coronavirus vão no sentido oposto ao neoliberalismo. Fica demonstrada a farsa da ladainha que defendia o Estado Mínimo. Agora nas dificuldades - o que os países em desenvolvimento e os pobres sempre tiveram - praticam a "mão pesada" para interferir de forma direta em toda a vida econômica dos seus países. Está sendo o Estado Forte o modelo capaz fazer sair de suas crises, o que abre a história para nos lembrarmos que foram as medidas econômicas do desenvolvimentismo, implantado pela não do Estado, que alavancaram o crescimento dos países em seus momentos de "economia" travada.

Lamentavelmente o mercado, com o uso da mídia e das teorias da "escola de Chicago", criou uma ideia hegemônica de uma receita igual para todos não levando em conta as peculiaridades que tanto diferenciam países ricos e pobres ou em desenvolvimento.  Os já desenvolvidos têm suas empresas já fortes e musculosas o que garante evidentes vantagens para vencer concorrências, engolir empresas menores e entrar com facilidade em "Estados Fracos".

Aí está a receita que era tida como comunista aqui no Brasil. Paradoxalmente o mesmo modelo utilizado pelos governos militares de maior sucesso econômico e que agora o general Braga Netto - amordaçando as ideias neoliberais do ministro Paulo Guedes - se projeta para trazer de volta, assim como o mundo está praticando, as fórmulas DESENVOLVIMENTISTAS de ESTADO FORTE.

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