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segunda-feira, 12 de agosto de 2019

Danos psicológicos nas relações

O desprezo gera danos psicológicos

O desprezo toma a forma de uma palavra que fere e desmoraliza. É também um gesto, a careta de um lábio ou uma sobrancelha que reflete a rejeição pelo que você diz ou faz em um dado momento. Poucos comportamentos são tão danosos para a integridade psicológica quanto aqueles que, pouco a pouco, acabam quebrando um relacionamento ou para sempre marcam o desenvolvimento de uma criança.

Embora estejamos mais acostumados a conversar e ler sobre aspectos relacionados ao ódio ou à indiferença, deve-se notar que o desprezo é, sem dúvida, a emoção mais letal.

Quem despreza tem a clara intenção de humilhar o outro. Ele procura ridicularizar, menosprezar e até mesmo anular a outra pessoa de maneira aberta e manifesta. Seja como for, há uma coisa sobre a qual devemos ter clareza: o desprezador mostra um comportamento claramente covarde que é nutrido pelo ressentimento e pela absoluta falta de maturidade emocional.

Desdém todos os dias que rompe relacionamentos.

De certo modo, temos em mente a memória daquela situação em que sentimos a ferida do desprezo. Talvez tenha sido na infância, quando alguém não entendeu o nosso esforço para fazer esse desenho, aquele detalhe que uma vez foi criticado e até mesmo ridicularizado. Talvez um de nossos pais tenha tido essa habilidade peculiar de menosprezar tudo que foi feito, dito ou desejado.

Ainda mais, é possível que tenhamos passado por um relacionamento afetivo em que nosso parceiro tinha esse hábito. Aquele que fez uma careta com a boca quando comentamos algo. O de criticar nossos gostos, o de menosprezar opiniões, de reificar tudo o que fizemos ou não.

A anatomia do desprezo

- O desprezo é o lado oposto da empatia.
  Empatia seja a capacidade de nos abrirmos para os outros e nos conectarmos com a realidade e as necessidades deles 
  Desprezo é quando se ergue uma parede e depois fica sobre ela em uma atitude de poder para denegrir e depreciar o outro.

- Crianças que crescem em ambientes caracterizados por desprezo e humilhação têm maior probabilidade de desenvolver baixa autoestima, sentimentos de culpa, constrangimento e distúrbios de estresse e ansiedade.

-  Por outro lado, as pessoas acostumadas a desprezar os outros geralmente têm certos pontos em comum. São perfis que não toleram discordâncias e que não conectam ou veem as necessidades dos outros.

Por trás desses perfis, geralmente há certas dimensões psicológicas. Eles são pessoas cheias de frustração e até de raiva subterrânea. O exercício do desprezo serve para projetar e despejar nos outros suas próprias emoções negativas, sua insatisfação pessoal.

Desprezo e dano psicológico

O desprezo contínuo gera não apenas danos psicológicos, mas também afeta a própria saúde. A Universidade da Pensilvânia realizou um estudo em uma série de escolas onde vários fatos foram descobertos. O primeiro foi, sem dúvida, o efeito que essa dimensão tem sobre a auto-estima: todos os alunos que foram vítimas de humilhações e desprezo tiveram uma visão mais fraca e negativa de si mesmos.

Da mesma forma, o desprezo e as situações de estresse e violação continuada têm um efeito sério em nossas defesas. É comum que soframos mais resfriados, mais alergias, mais problemas digestivos, infecções, etc. Tudo isso indubitavelmente nos torna quase obrigados a cuidar desse defeito em nós mesmos, essa inclinação que às vezes podemos deixar cair nos outros, desprezando palavras ou ridicularizando as ações de outras pessoas.

Vamos entender que o desprezo é a dimensão mais prejudicial que podemos receber e oferecer aos outros. É uma maneira de invalidar, é uma absoluta falta de compaixão e empatia, está gerando dor nos outros e gerando a semente da angústia e do medo. O mesmo que acaba rompendo nossos relacionamentos emocionais, o mesmo que faz nossos filhos crescerem com medo e um autoconceito fragmentado e fraco.

Fonte : lamenteesmaravillosa

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