O papel da grande imprensa no Brasil é definido e claro. Além de atuar como
defensora de interesses de seus patrocinadores ela se coloca como um verdadeiro
partido político de oposição.
Neste último sentido é objetiva a
declaração de Maria Judith
Brito, presidente da Associação Nacional de Jornais (ANJ) e executiva do grupo Folha de S.Paulo:
"A liberdade de imprensa é um
bem maior que não deve ser limitado. A esse direito geral, o contraponto é
sempre a questão da responsabilidade dos meios de comunicação e, obviamente,
esses meios de comunicação estão fazendo de fato a posição oposicionista deste
país, já que a oposição está profundamente fragilizada. E esse papel de
oposição, de investigação, sem dúvida nenhuma incomoda sobremaneira o
governo."
Essa
condição de atuar como partido político foi intencionalmente traçada para que a mídia tradicional (jornal, rádio e televisão) se
tornasse forte na defesa dos seus interesses específicos.
Trata-se de uma
construção ideológica alcançada por ataques
constantes e muitas vezes infundados efetuados contra políticos, governantes, e
a atuação do judiciário, com o objetivo de criar uma imagem negativa do agente
público, associando-o invariavelmente à corrupção e à ineficiência.
Junto
com as matérias depreciativas diárias são encomendadas pesquisas sobre a
credibilidade das instituições públicas principalmente quando determinadas
notícias ganham musculatura e maior ressonância e o resultado de descrédito já
é esperado.
Essa ação diária, realizada de forma
coordenada, atende a alguns interesses, entre eles:
1)
Legitimar-se como detentora da verdade;
2) Tornar-se agente principal do jogo político;
2) Tornar-se agente principal do jogo político;
3)
Direcionar as decisões dos governos;
4)
Influenciar para o desmonte da máquina pública;
5)
Submeter governos, parlamentos e o judiciário.
Para
alcançar tais objetivos a mídia promove o emburrecimento de suas matérias onde
notícias que
necessitariam de mais informações são oferecidas sem profundidade visando fixar
nos seus ouvintes e leitores a matéria de forma pronta e acabada
impossibilitando qualquer reflexão.
Esse formato
limita a formação de uma ideia própria e quem consome as informações diárias
realmente acredita que está em dia com a notícia ou com a realidade nacional,
quando, na verdade, está sendo levado pela correnteza de um pensamento único,
direcionado, pronto e acabado. O leitor ou ouvinte será apenas mais uma peça
articulada para o consumo, engolindo, sem perceber, uma programação inócua a
princípio, mas nefasta em longo prazo.
Essa
construção ideológica é realizada ao mesmo tempo em que a grande mídia exerce o
seu papel de noticiar os fatos, documentar, fiscalizar os poderes, denunciar
abusos, e vai até ao ápice de criar boatos, versões, insinuações, entre outras modalidades de
cerceamento do conhecimento.
Com essas
características a mídia não apenas influencia a vida pública e os poderes do
país, como passa a determinar decisões do judiciário, políticas públicas e ações
do nosso Congresso.
Basta observarmos as valorizações
ou quedas de ações na bolsa de valores de determinado grupo e das moedas em função
de especulações muitas vezes iniciadas e/ou estimuladas pela mídia,
recentemente enormes oscilações ocorreram com empresas como a Petrobrás após
bombardeio midiático de má gestão e com as de energia elétrica por “quebra de
contrato” e “insegurança jurídica”.
Basta observarmos
como subiram os juros Selic nos últimos meses, contra a política econômica do
governo, mesmo estando dentro da margem estabelecida e aceitável e em
trajetória, ainda que lenta, de queda.
A mudança de lado da grande imprensa em relação à cobertura do Movimento Passe Livre foi emblemática. Se no início a cobertura foi de condenação ao movimento atribuindo aos participantes os motes de vândalos, classe média desordeira, inclusive insuflando as ações violentas da polícia, a partir do momento em que pressentiu que poderia tirar proveito próprio pela musculatura que o movimento adquiriu passou a apoiá-lo e tentar direcionar as bandeiras defendidas, mesmo com as constantes manifestações contrárias à forma de atividade da grande mídia.
A mudança de lado da grande imprensa em relação à cobertura do Movimento Passe Livre foi emblemática. Se no início a cobertura foi de condenação ao movimento atribuindo aos participantes os motes de vândalos, classe média desordeira, inclusive insuflando as ações violentas da polícia, a partir do momento em que pressentiu que poderia tirar proveito próprio pela musculatura que o movimento adquiriu passou a apoiá-lo e tentar direcionar as bandeiras defendidas, mesmo com as constantes manifestações contrárias à forma de atividade da grande mídia.
Na área da justiça a
forma do julgamento do mensalão do PT e a leniência do STF em relação ao
mensalão tucano, exatamente em consonância com a cobertura da mídia falam por
si só.
A determinação do que a sociedade deve acreditar e consumir levada a cabo pela mídia atinge até mesmo a cultura do país, a era dos pagodeiros e a mais recente do sertanejo universitário servem de exemplo.
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